sexta-feira, 19 de julho de 2013

O que são os sonhos?

Para iniciar o blog, falarei primeiramente sobre os sonhos de uma maneira geral.

"O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente."
(Sigmund Freud)


Salvador Dali, Barco com borboletas
O sonho é uma manifestação criativa da psique (mente inconsciente e consciente) e transcende os meros cinco sentidos. Portanto, os sonhos podem, de forma simbólica e numa linguagem própria, revelar questões de sua personalidade.

Segundo F. Crick e G. Mitchison, o sono é necessário para apagar as informações erradas que são armazenadas no cérebro durante o período em que o indivíduo está acordado, os sonhos são o reflexo deste processo.

A palavra sonho vem do Latim somnium, significa ilusão.

O que é o sono R.E.M?
O sono R.E.M., ou Rapid Eye Movement ("movimento rápido dos olhos"), é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos. Durante esta fase, os olhos movem-se rapidamente e a atividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado. 
No R.E.M., o cérebro bloqueia os neurônios motores, para que o corpo não obedeça as ordens sonhadas ou as encene. O resultado é conhecido como Paralisia do sono.

Todo mundo sonha, mas nem todo mundo lembra!
Primeiramente, é praticamente impossível um ser humano saudável não sonhar. É possível, sim, que haja certa constipação de sonhos, ou seja, pessoas que sonham realmente pouco. Em geral, isso estará atrelado a algumas situações específicas, como idade muito avançada, algum tipo de transtorno mental ou trauma que tenha afetado as regiões do cérebro envolvidas organicamente na produção onírica.

L. Strumpell, um pesquisador de sonhos da mesma época de Freud, acreditava que várias coisas contribuíam para não sermos capazes de lembrar dos sonhos. Em primeiro lugar, ele dizia que muitas coisas são rapidamente esquecidas quando você acorda, como as sensações físicas. Ele também considerou o fato de que muitas imagens do sonho não são tão intensas e, conseqüentemente, seriam facilmente esquecidas. Uma outra razão, provavelmente a mais forte de suas teorias, é que tradicionalmente aprendemos as coisas e lembramos delas tanto por associação quanto por repetição. Como, em geral, os sonhos são únicos e de algum modo vagos, é uma razão para não conseguirmos lembrá-los. Por exemplo, se alguém fala uma frase para você que não faz sentido de imediato no que já vivenciou, talvez você precise que a pessoa repita-a para lembrá-la ou até entendê-la. Já que não podemos voltar para nossos sonhos para vivenciar algo de novo, os detalhes que são alheios à nossa experiência sempre nos escapam

Para a Psicanálise, o sonho é um meio pelo qual o inconsciente procura alertar a consciência para o que ela não percebe ou não quer aceitar, e tenta, por compensação, equilibrar a psique, a totalidade de fenômenos psíquicos. Os sonhos trazem à tona os complexos e sugerem alternativas para a consciência, cujo centro é o ego, realizar o que a pessoa é potencialmente. Ou seja, os sonhos são avisos.

O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, baseado na observação dos seus doentes e em experiências próprias, tornou mais abrangente o papel dos sonhos, que não seriam apenas reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da compensação. Ou seja, alguém masculinizado pode sonhar com figuras femininas que tentam demonstrar ao sonhador a necessidade de uma mudança de atitude.
Um aspecto muito importante em se atentar nos sonhos, segundo a linha junguiana, é saber como o sonhador, o protagonista no sonho (que representa o ego) lida com as forças malignas, para se averiguar como, na vida desperta, a pessoa lida com as adversidades, a autoridade e a oposição de ideias. Jung aponta os sonhos como forças naturais que auxiliam o ser humano no processo de individualização.

Ao contrário de Freud, as situações absurdas dos sonhos para Jung não seriam uma fachada, mas a forma própria do inconsciente de se expressar. Para o mestre suíço, há os sonhos comuns e os arquetípicos, revestidos de grande poder revelador para quem sonha. A interpretação de sonhos é uma ferramenta crucial para a psicologia analítica, desenvolvida por Jung.

Pode-se separar as pessoas em dois grupos: aquelas que se lembram dos sonhos e aquelas que não se lembram. Em ambos os casos tudo leva a crer que sempre se sonha. A lembrança pode estar associada a uma predisposição para a livre associação.

As pessoas que se lembram de seus sonhos geralmente têm facilidade de fazer associações mentais por uma questão de treino, muito embora, às vezes, trate-se de uma capacidade inata. Quanto mais dermos valor aos nossos sonhos mais nos lembraremos deles.


Para quem tem muitos sonhos estranhos, bizarros, malucos... Fica a pergunta: Que nosso subconsciente está tentando dizer, então? 
Até mais :)


Leia também: O que são os pesadelos? 

                         Sonhos Lúcidos


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